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JosÃ© Joaquim Rita, 94 anos, Ã© o homem mais velho de Pailobo, em Almeida. Na noite de quarta-feira, teve de fugir com os outros habitantes para escapar ao fogo. Para trÃ¡s ficaram as labaredas a consumir a capela e arrecadaÃ§Ãµes agrÃcolas da aldeia. Este incÃªndio sÃ³ foi dominado ontem Ã tarde e contribuiu para os mais de cem mil hectares jÃ¡ destruÃdos neste ano.
"Tivemos de fugir para o fogo nÃ£o nos apanhar a nÃ³s tambÃ©m", diz JosÃ© Rita. Com ele foram as outras quatro pessoas que habitam Pailobo. O morador mais novo tem 57 anos e os restantes idades a rondar os 80.

"Os bombeiros nÃ£o estavam Ã espera que o fogo avanÃ§asse tÃ£o depressa e ficÃ¡mos aqui desprotegidos", lamenta Carlos Morgado, que tinha acabado de chegar de Coimbra para passar uns dias na aldeia. HÃ¡ 13 anos, combateu ali outro incÃªndio, mas como bombeiro. Agora ajudou na retirada dos idosos. "Foi uma afliÃ§Ã£o que nÃ£o se pode imaginar."
A capela de Santo AntÃ£o ardeu. "Foi uma perda muito grande porque era uma capela muito antiga", diz Isabel Morgado. "Esperamos nÃ£o passar tÃ£o cedo por tÃ£o grande pesadelo", acrescenta.
Rui Teixeira teve um "prejuÃzo grande" em lenha que tinha para vender e JosÃ© Rita nem sabe o quanto perdeu: "Daqui da aldeia atÃ© ao rio, as terras sÃ£o todas minhas e ficou tudo queimado. Fiquei sem as nogueiras, as cerejeiras e as figueiras. O fogo destruiu tudo, atÃ© o forno. Nunca se viu por aqui um fogo como este. Os prejuÃzos sÃ£o de centenas de contos.".
AtÃ© Ã s 20h00 tinham deflagrado 65 incÃªndios e quatro mantinham--se activos. Os distritos de Vila Real e de BraganÃ§a, alÃ©m do da Guarda â€“ com o fogo de Almeida â€“ foram os mais atingidos.
Desde Janeiro as chamas destruÃram uma Ã¡rea superior Ã do ano passado. E tambÃ©m jÃ¡ arderam mais parques naturais .

PARQUES COM MAIS ÃREA ARDIDA

Os incÃªndios destruÃram em Agosto pelo menos mais trÃªs mil hectares de floresta em Ã¡reas protegidas do que em todo o ano passado. SÃ³ nos parques naturais da Peneda-GerÃªs e da serra da Estrela jÃ¡ arderam este mÃªs 13 040 hectares, contra os 10 058 registados em 2009.
Entre Janeiro e Julho Ãºltimo os fogos tinham queimado 186 hectares de Ã¡reas protegidas e em Agosto do ano passado arderam menos de 916 hectares.
Em termos globais, segundo o Sistema Europeu de Fogos Florestais, que contabiliza a destruiÃ§Ã£o de floresta, mato e Ã¡reas agrÃcolas, arderam em Portugal, atÃ© ontem, mais de 100 500 hectares, muito acima dos valores registados nos Ãºltimos quatro anos (86 674 hectares em 2009).
Quanto Ã s Ã¡reas protegidas, o Instituto da ConservaÃ§Ã£o da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) explicou ontem que sÃ³ este mÃªs arderam 8162 hectares do Parque da Peneda-GerÃªs, 11,7 por cento da sua Ã¡rea. A mata do Cabril desapareceu quase na totalidade. Na serra da Estrela, entre 1 e 20 deste mÃªs, nos concelhos de Celorico da Beira, Seia, Gouveia e Guarda, as chamas consumiram 4878 hectares, o equivalente a 5,52 da Ã¡rea do parque natural. Quinze por cento da Ã¡rea ardida registou-se em zonas com maiores valores naturais.

Correio da ManhÃ£

Google · Colocada: Sáb Ago 28, 2010 9:43 am Assunto: Click Aqui para Ajudar O site