A empresa russa Kamov, que vendeu a Portugal seis helicópteros pesados para combate a incêndios florestais, vai ceder 12 pilotos para as aeronaves de modo a colmatar a falta de especialistas para operar os aparelhos, disse hoje fonte oficial.
A «solução» surgiu depois do concurso aberto pelo Governo não ter conseguido seleccionar os 28 pilotos de helicóptero necessários para operar os dez aparelhos que Portugal adquiriu para combater fogos florestais, disse à agência Lusa o subsecretário de Estado da Administração Interna, Fernando Rocha Andrade.
O governante explicou que o concurso aberto teve mais de uma centena de concorrentes, mas «largas dezenas» foram logo eliminados à partida por falta de experiência.
Combater incêndios florestais «é das tarefas mais complexas que há» para helicópteros, o que exige muita experiência dos pilotos e um elevado número de horas de voo, acrescentou.
Os 12 pilotos russos irão operar os helicópteros Kamov com colegas portugueses, que assim irão conquistando experiência com aquele tipo de aeronave.
Os seis aparelhos russos, que têm a particularidade de ter duas hélices no mesmo eixo, vão estar operacionais dentro de um mês, a 15 de Maio, tal como os quatro helicópteros ligeiros adquiridos à empresa europeia Eurocopter, sedeada em França.
Fora da chamada época de incêndios, as dez aeronaves vão reforçar os dois que estão permanentemente de prevenção ao serviço da Protecção Civil para todo o paÃs e que o Governo quer que passem a ser, pelo menos, três.
Socorro a acidentes, transporte de órgãos, prevenção rodoviária e aluguer para fins comerciais serão outras utilizações possÃveis para os aparelhos, de acordo com Rocha Andrade.
O Governo vai criar uma empresa pública que vai gerir não só esta frota de helicópteros mas também todo o restante dispositivo aéreo de combate a fogos florestais, explicou o governante.
Quanto aos aviões de combate a incêndios, aos dois Canadair 215 já alugados deverão juntar-se outros dois contratados por concurso para operarem durante a chamada época de incêndios.
Em Maio vai ser aberto concurso para a aquisição de quatro aeronaves pesadas, mas o processo levará «vários anos a concretizar», pelo que o aluguer vai continuar a ser a solução nos próximos Verões, acrescentou o subsecretário de Estado.
Como hipótese de compra, há dois tipos de aviões vocacionados para combater fogos florestais: os Canadair e os russos Beriev, que estiveram em testes em Portugal no ano passado.
Além dos dez helicópteros adquiridos pelo Estado e dos quatro aviões Canadiar, o combate a incêndios este ano deverá contar com mais 36 helicópteros alugados, num total de meia centena de aparelhos.
O dispositivo de combate a incêndios programado para este ano vai ser apresentado quarta-feira na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
FONTE:PortugalDiario
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=796017&div_id=291