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ViPeR5000(Rui Melo)

Realizou-se este sÃ¡bado a cerimÃ³nia de homenagem o dispositivo de combate a incÃªndios, com a presenÃ§a do primeiro ministro, JosÃ© SÃ³crates e do ministro da AdministraÃ§Ã£o Interna, AntÃ³nio Costa.

No evento foram apresentadas as propostas do Governo sobre a criaÃ§Ã£o de equipas de intervenÃ§Ã£o permanentes contra incÃªndios e comandantes municipais profissionais, as quais vÃ£o ser discutidas durante a prÃ³xima semana com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e Ã AssociaÃ§Ã£o Nacional de MunicÃpios Portugueses (ANMP).

SerÃ£o igualmente entregues Ã LBP dois diplomas sobre a definiÃ§Ã£o do regime jurÃdico das associaÃ§Ãµes e dos bombeiros portugueses.

Para o presidente da LBP, Duarte Caldeira, que esteve presente na cerimÃ³nia, o "anÃºncio pÃºblico que formaliza o compromisso que o Governo tinha assumido", mas a posiÃ§Ã£o da Liga apenas serÃ¡ tomada no prÃ³ximo sÃ¡bado, durante o seu congresso nacional.

TambÃ©m a formaÃ§Ã£o de equipas de intervenÃ§Ã£o permanente, corresponde a uma reivindicaÃ§Ã£o da LBP, jÃ¡ com seis anos, e serÃ¡ "uma resposta correcta Ã s necessidades de socorro de hoje, com uma base de profissionalizaÃ§Ã£o".

"Na nossa calendarizaÃ§Ã£o, prevÃamos a criaÃ§Ã£o de 100 equipas em 2007, outras cem em 2008 e as restantes 78 para 2009. Agora resta ver qual a proposta do Governo", disse este responsÃ¡vel da LBP.

No respeitante aos comandantes municipais, mantÃªm-se as dÃºvidas relativamente Ã sua integraÃ§Ã£o na hierarquia e a forma como serÃ¡ feita a articulaÃ§Ã£o entre os vÃ¡rios intervenientes nos nÃveis municipal e distrital.

"Como os comandantes municipais vÃ£o estar na dependÃªncia dos presidentes de cÃ¢mara e estes nÃ£o dependem da administraÃ§Ã£o central, Ã© preciso saber como se vai processar a articulaÃ§Ã£o com o comando distrital", declarou o presidente da LBP.

O titular do MAI, no seu discurso manifestou a "satisfaÃ§Ã£o" perante os resultados e a "preocupaÃ§Ã£o" dado que "os resultados deste ano ainda nÃ£o sÃ£o os sustentÃ¡veis".

Ã‰ de lembrar que, apesar de a Ã¡rea ardida este ano ser um terÃ§o da mÃ©dia dos cinco anos anteriores, o nÃºmero ainda estÃ¡ longe dos objectivos do Governo, que se propÃµe atingir uma reduÃ§Ã£o de 100.000 hectares em seis anos.

TambÃ©m a diminuiÃ§Ã£o para metade do nÃºmero de grandes incÃªndios foi considerada como positiva pelo ministro que lembrou que "sÃ³ 0.12% das ocorrÃªncias sÃ£o responsÃ¡veis por 46% do total de Ã¡rea ardida".

Reconhecendo que, apesar de 2006 ter sido mais um ano quente, o clima "ajudou" com chuva de quatro em quatro semanas, AntÃ³nio Costa focou pontos negativos, como na Ã¡rea da prevenÃ§Ã£o e detecÃ§Ã£o, que nÃ£o depende do MAI, bem como a fraca eficÃ¡cia dos rescaldos, do que resultou num elevado nÃºmero de reacendimentos.

Para JosÃ© SÃ³crates, "a forma como decorreu o combate aos incÃªndios foi um bom trabalho. O paÃs estÃ¡ mais protegido do que no ano passado", pelo que Ã© necessÃ¡rio "nÃ£o retirar o mÃ©rito a quem o tem".

Em resposta aos jornalistas, o primeiro ministro admitiu ainda que "faltarÃ¡ sempre alguma coisa", porque "nÃ£o vivemos num PaÃs perfeito" enquanto reafirmou que "Ã© preciso elogiar o trabalho bem feito".

Na mesma cerimÃ³nia foram tambÃ©m homenageados os quatro portugueses e os cinco chilenos que perderam a vida no combate aos fogos em 2006, com a entrega de medalhas aos seus representantes.

Na anÃ¡lise dos resultados, que o Governo apresenta com excessivo optimismo, lembramos um texto recente que aborda a questÃ£o do efeito da devastaÃ§Ã£o em anos anteriores na reduÃ§Ã£o que se verificou este ano.

Se tivermos em conta que, mais do que apagados, os fogos sÃ£o circunscritos de forma a extinguirem-se, o efeito da extensa Ã¡rea ardida deve ser tomado em conta na apreciaÃ§Ã£o, onde a falta de prevenÃ§Ã£o e o alto nÃºmero de incidÃªncias e de reacendimentos nÃ£o sÃ£o abordados com a atenÃ§Ã£o que merecem.

Em relaÃ§Ã£o Ã s medidas mencionadas, sÃ³ com os diplomas concretos poderÃ£o ser devidamente avaliadas, mas jÃ¡ nos pronunciamos sobre as linhas gerais, residindo a maior dÃºvida na questÃ£o concreta do financiamento e da integraÃ§Ã£o dos novos comandantes municipais, de nomeaÃ§Ã£o local, numa estrutura nacional.

Como nota final, consideramos que foi perdida uma oportunidade de esclarecer algumas situaÃ§Ãµes polÃ©micas, cujas respostas parecem ser sucessivamente adidadas, e nas quais Ã© necessÃ¡rio continuar a insistir de modo a que, pelo menos, aprendamos com os erros cometidos.

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