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ViPeR5000(Rui Melo)

O Plano Geral de Drenagem de Lisboa, que vai entrar em vigor em 2007, permitirÃ¡ conhecer melhor a rede de esgotos da cidade e prevenir problemas como inundaÃ§Ãµes e poluiÃ§Ã£o, anunciou hoje o presidente da cÃ¢mara, Carmona Rodrigues.

"Estamos a passar de uma fase medieval - em que pouco se conhecia - para o sÃ©culo XXI", comentou o autarca, durante a apresentaÃ§Ã£o dos resultados obtidos nas duas primeiras fases do plano, nomeadamente a caracterizaÃ§Ã£o e o diagnÃ³stico do desempenho do Sistema de Drenagem de Lisboa.

Carmona Rodrigues adiantou que as intervenÃ§Ãµes que tÃªm sido feitas se limitavam a tapar buracos, "a remendar" situaÃ§Ãµes: "A CÃ¢mara de Lisboa hÃ¡ dezenas de anos que anda Ã s cegas".

A CÃ¢mara de Lisboa e a Emarlis - Empresa Municipal de Ãguas Residuais de Lisboa apresentaram hoje os resultados obtidos nas primeiras fases do plano, onde foram diagnosticados os principais problemas existentes.

Ricardo Oliveira, um dos responsÃ¡veis pelo plano, adiantou que a rede de drenagem tem 1440 quilÃ³metros, mas devido Ã sua dimensÃ£o foram seleccionados para o plano os colectores principais, que drenam as principais bacias, numa extensÃ£o de 173 km, que corresponde a 12 por cento da rede.

"Estamos a ignorar os problemas de colectores de menores dimensÃµes", afirmou, Ã margem da apresentaÃ§Ã£o do plano, avanÃ§ando que sucessivamente irÃ£o ser criados planos de pormenor em algumas zonas da cidade.

O especialista adiantou que os principais problemas detectados no plano foram ambientais e de risco de inundaÃ§Ãµes.

Segundo o plano, entre 25 e 50 mil pessoas que vivem na frente Santa ApolÃ³nia, Beato e Avenida de Berlim nÃ£o sÃ£o servidas pelo sistema de drenagem de Ã¡guas residuais e, nos perÃodos de tempo seco, descarregam directamente para o rio Tejo.

As zonas onde foram detectados riscos de inundaÃ§Ã£o foram a Baixa, as zonas ribeirinhas de PedrouÃ§os/BelÃ©m e de Santa ApolÃ³nia (Rua da Bica do Sapato) e o Beato (Avenida Infante D. Henrique).

Rui Oliveira adiantou que nÃ£o foi possÃvel "caracterizar muito bem a antiguidade dos colectores que estÃ£o a funcionar, mas que podem entrar em ruptura em pouco tempo".

Presente na apresentaÃ§Ã£o das duas primeiras fases do plano - ainda falta realizar quatro - o presidente da CÃ¢mara de Lisboa salientou a importÃ¢ncia do trabalho jÃ¡ realizado, que corresponde ao "conhecimento real do que se passa no sistema de drenagem" e permitirÃ¡ concretizar soluÃ§Ãµes para as deficiÃªncias no sistema.

Lembrando que o Ãºltimo plano de saneamento para a cidade datava de 1941, Carmona Rodrigues afirmou que este estudo jÃ¡ devia ter sido realizado hÃ¡ mais tempo: "Ã© preciso conhecer bem, para planear melhor".

Para Carmona Rodrigues, o plano, que tem um custo de 230 mil euros, "Ã© um instrumento fundamental para uma gestÃ£o lÃ³gica e sustentada da cidade, que permite racionalizar investimentos".

O presidente da Emarlis, Manuel Lacerda, adiantou, por seu turno, que "o sistema de drenagem tem alguns problemas, mas funciona".

No entanto, com este instrumento de trabalho serÃ¡ possÃvel "lidar melhor com os problemas que existem", afirmou Manuel Lacerda dando como exemplo as inundaÃ§Ãµes que causam muitos prejuÃzos ao municÃpio.

Segundo a Emarlis, a ausÃªncia do plano tem vindo a "constituir um constrangimento Ã gestÃ£o do sistema de drenagem, especialmente por se tratar de um sistema complexo, constituÃdo por uma rede bastante antiga e extensa, onde se tem constatado persistentemente diversos tipos de problemas, nomeadamente ao nÃvel de inundaÃ§Ãµes frequentes e danos ambientais".

O especialista Ricardo Oliveira adiantou que o sistema de drenagem de Lisboa engloba quase 50 por cento do concelho da Amadora e algumas zonas de Oeiras e de Loures.

Em 2001, a populaÃ§Ã£o servida pelo sistema era de cerca de 740 mil habitantes e estima-se que em 2025 seja de cerca de 770 mil habitantes.

A bacia da frente ocidental (BelÃ©m-AlcÃ¢ntara-Santa ApolÃ³nia), que corresponde a mais de metade da cidade de Lisboa, tem 40 por centos dos colectores com "muitas dezenas de anos" e cerca de 35 por cento tem cerca de 40 a 50 anos.

O Plano Geral de Drenagem foi iniciado em Dezembro de 2004 e foi adjudicado em Fevereiro deste ano a um consÃ³rcio formado por trÃªs empresas.

Fonte Publico

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