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Sexo: Registrado em: 11 Jun 2006 Mensagens: 2318 Local/Origem: Mealhada
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Colocada: Sáb Fev 17, 2007 8:20 pm Assunto: Revisão bibliográfica “O SÃndrome Coronário Agudo – qualidade do diagnóstico pré-hospitalar†|
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No serviço de emergência médica pré-hospitalar AustrÃaco, existem veÃculos de emergência médica tripulados por técnicos de emergência e outros tripulados por médicos. Os doentes com suspeita de SÃndrome Coronário Agudo (SCA) são tratados no pré-hospitalar e depois transportados para o hospital, com acompanhamento de um médico “emergencista†(ME). Este estudo, publicado na revista Resuscitation, analisa a acuidade diagnostica do ME nos SCA numa área urbana.
Titulo: “O SÃndrome Coronário Agudo - qualidade do diagnóstico pré-hospitalarâ€
Autores: G Gemesa, TJ Fuchsb, G Wildnerc et all.
a- Medizinercorps Graz, Austrian Red Cross, Graz, Austria
b- Institute for Genomics and Bioinformatics, Graz, Austria
c- Department of Anaesthesiology and Intensive Care Medicine, Medical University of Graz, Graz, Austria
Publicado em Resuscitation, 66:323-330, 2005.
Resumo
Introdução e objectivos: No serviço de emergência médica pré-hospitalar (EMS) AustrÃaco, existem veÃculos de emergência médica tripulados por técnicos de emergência e outros tripulados por médicos. Os doentes com suspeita de SÃndrome Coronário Agudo (SCA) são tratados no pré-hospitalar e depois transportados para o hospital, com acompanhamento de um médico “emergencista†(ME). Este estudo analisa a acuidade diagnostica do ME nos SCA numa área urbana. Desenho do estudo: Análise retrospectiva. Métodos: Todas as fichas de observação clÃnica dos ME, com diagnóstico de SCA, foram pesquisadas. A base de dados hospitalar foi pesquisada para doentes com diagnóstico de admissão ou de saÃda de SCA. Resultados: Um total de 3585 doentes foi analisado. Só 17.8% dos doentes com diagnóstico na admissão de SCA e 20.3% dos doentes com diagnóstico de saÃda de SCA foram transportados pelo ME do EMS AustrÃaco. Apenas 46.8% dos diagnósticos de SCA efectuados pelo ME foram confirmados no hospital. Conclusões: A percentagem de doentes com SCA transportados pelo ME do EMS é baixa e o ME parece “sobre-diagnosticar†o SCA.
O artigo foca um tema interessante e actual. Em Portugal, o SÃndrome Coronário Agudo (que inclui o enfarte agudo do miocárdio e a angina instável) é uma das principais causas de morte. Por outro lado, a especificidade de algumas medidas terapêuticas e diagnosticas, bem como a correcta e célere referenciação hospitalar dos casos de SCA, exigem que, sempre que possÃvel, um meio de emergência médica tripulado por profissionais com diferenciação adequada, seja enviado para estas situações. Daà que a acuidade do seu diagnóstico, no pré-hospitalar, seja de elevada importância.
Os autores pretenderam neste trabalho analisar a acuidade diagnostica do SCA no pré-hospitalar.
O estudo realizou-se na região da cidade austrÃaca de Graz, que tem cerca de 300 000 habitantes. O sistema de emergência médica pre-hospitalar local é assegurado pela Cruz Vermelha AustrÃaca. Têm duas viaturas ligeiras (tipo VMER) tripuladas por um técnico e um médico. Estão equipadas com material de suporte avançado de vida e trauma. Para além disso tem várias ambulâncias tripuladas por técnicos de emergência médica. O Médico “Emergencista†(ME) tem um curso especÃfico de 60 horas. Os meios são accionados para o local após uma triagem telefónica, de acordo com protocolos estabelecidos.
Durante o perÃodo estudado todos os doentes foram transportados para o Serviço de Urgência (SU) do “Medical University Hospitalâ€de Graz. Depois de observados no SU, foram admitidos na UCI, admitidos numa enfermaria “normal†ou tiveram alta.
Foi realizado um estudo retrospectivo de caso-controlo. Foram incluÃdos todos os doentes com suspeita ou confirmação de SCA que foram admitidos no SU do hospital, entre 01 de Janeiro e 30 de Dezembro de 2001. A análise estatÃstica foi realizada utilizando o SPSS para o Windows 11.0.
Foram incluÃdos 3583 doentes. Um total de 3060 doentes tinha diagnóstico de suspeita de SCA na admissão. Em 1025 (33.5%) destes, o diagnóstico de SCA foi confirmado. Em 1502 doentes o diagnóstico de saÃda foi SCA.
505 doentes foram diagnosticados no pré-hospitalar como sendo SCA, e realizado acompanhamento por ME. Destes, 259 (46.8%) tiveram confirmação do diagnóstico de SCA.
O estudo demonstrou que ainda há pouca informação sobre SCA na população-geral. Os sintomas de SCA são, pelo próprio, pelo familiar ou pelo “Central Telefónica de Emergência Médica†mal-interpretados ou não valorizados. Em outros estudos ficou também demonstrado a “baixa taxa de utilização†do sistema de emergência médica pré-hospitalar†em situações de SCA, com valores de utilização do EMS, em 33-50% dos casos. Neste estudo foi de 20%. Não foi possÃvel, neste trabalho distinguir se este nº baixo de transportes com ME foi devido a má interpretação dos sinais/ sintomas pela Central, a não pedido de apoio pelas ambulâncias ou a não informação adequada por parte do doente/ contactante.
Registou-se um elevado nº de falsos-positivos no diagnóstico de SCA por parte dos ME. Parte deste erro dever-se á ao facto de os ME só terem realizado electrocardiograma de 12 derivações em 72.7% dos casos de suspeita de SCA. Eventualmente, parte será ainda da responsabilidade da formação ministrada (60 h).
Seria interessante analisar os dados da Central de Emergência e das ambulâncias e comparar os seus diagnósticos com o diagnóstico de saÃda do hospital, que neste trabalho não é efectuado. Seria também interessante saber que “protocolo†de tratamento usaram os ME para os casos suspeitos de SCA e perceber se “trataram†com o mesmo “afinco†os que vieram a ter o seu diagnóstico confirmado e com menos os que depois, vieram a demonstrar não ter confirmação de SCA. Ou seja, se já “desconfiavam†de que seria um “falso-positivoâ€. Por outro lado, impõe-se perguntar qual seria o efeito de uma acção de formação especÃfica, na acuidade diagnostica de SCA.
A maior limitação do estudo deve-se ao facto de ser um estudo retrospectivo. Para além disso não há seguimento dos doentes que tiveram alta do SU e, portanto, não tiveram confirmação do diagnóstico de SCA. Quantos o teriam, de facto?
Em conclusão, neste estudo ficou demonstrado que um elevado nº de doentes com SÃndrome Coronário Agudo não foi assistido por médico no pré-hospitalar e que este diagnostica “por excesso†o SCA.
Texto da autoria de
Miguel Soares de Oliveira, médico e Delegado Regional do Norte do INEM.
Fonte INEM
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